Amor platônico

Tudo começou a 3 anos. Eu estava tranquilamente com uma amiga sentada no banco na frente da escola, conversando sobre o novo ‘affair’ dela, quando ele chegou. Usava uma bermuda, camiseta e segurava uma cartolina na mão. Adivinha onde ele sentou? Pois é, do meu lado. Foi aí que eu o notei e inevitavelmente me apaixonei.

A partir daí eu comecei minha ‘missão impossível’. 1º tentar descobrir tudo sobre a vida dele e 2º fazê-lo me notar e quem sabe se apaixonar... Na primeira obtive um grande sucesso, confesso que em 3 anos, descobri mais coisas do que eu mesma poderia  imaginar, entre elas: nome, nome do pai, da mãe, da irmã, da tia, endereço, telefone,  e por aí vai, algumas nem tão básicas, confesso!

A segunda missão só teve a primeira parte cumprida, me notar foi fácil, porque no ano seguinte fomos parar na mesma sala, e ‘obrigados’ a sentar perto. Mesmo estando a menos de um metro dele todos os dias nunca passamos de um ‘oi, tudo bem?’.

Foi nessa convivência que descobri que ele era beeeem mais parecido com os amigos dele do que eu pensava... Sabe aquela pessoa que sozinha é um amor, mas com os amigos um verdadeiro idiota? Pois, é.

Resolvi que era hora de esquecê-lo, afinal ele parecia não estar nem aí pra mim, mas o destino parecia querer nos unir (e o meu coração brigava para não deixar-lo  sair).

Em uma das conversas dele com os amigos (as quais eu ouvia diariamente por estar no que eu costumava chamar de ‘zona do meio’), ouvi que no fim do ano ele iria para escola ‘x’, fiquei super feliz, afinal eu ia para a escola ‘y’. Finalmente iria conseguir acabar com isso \o/.

No entanto tinha uma última oportunidade: a formatura. Estava tudo perfeito, todo mundo estava lá, mas o máximo que eu cheguei de um conto de fadas foi quando subindo as escadas, no alto ele estava lá, todo de paletó e gravata, parado (não sei por que). Para ser perfeito ele teria que estar me esperando e quando eu chegasse ao topo ele me abraçasse forte (no mínimo). Infelizmente eu apenas subi e segui o meu caminho.

Estava decidido: era o FIM!

ANO NOVO! VIDA NOVA! NOVOS AMORES! ADEUS ‘FULANO DE TAL’!

Era o que eu planejava... Primeiro dia de aula, terminado o horário, estava com a migs esperando o carro, tudo normal e feliz quando ela fala:
- Migs, olha quem ta ali!

MORRI!

Advinha quem era? Eu fiquei revoltada, afinal era pra ele estar beeem longe de mim. Pelo menos, para a minha sorte, ele estava em horário oposto ao meu.

  O tempo passou rápido e já fazia 2 anos que só ele conseguia fazer meu coração bater mais forte, só pelo simples fato de vê-lo. Em outubro, o destino nos uniu numa mesma sala de cinema, então pensei: É a minha chance! A última (prometi)!

A minha amiga linda/louca que conhece a história desde o começo me desafiou. Ela deu a ideia de ir falar com ele, eu só olhei pra ela e sorri com aquele olhar: Cê não é louca (ou pelo menos não tanto). Quando eu menos espero, ela levanta e vai falar com ele.

*
Minha vontade foi de sair correndo!
*



Ela voltou com aquela cara de “Não acredito”.
Eu – O que foi?
Ela – Ele me olhou, ficou um pouco em silêncio, sorriu (como quem diz ‘ não acredito’) e NADA! NÃO FALOU NADA! Eu voltei, ia fazer o que lá?

Olhei pra ela e nós duas tivemos uma crise de riso (DAQUELAS). Enfim, chamamos ele de idiota, rimos horrores e até hoje eu devo uma pra ela.

Depois disso eu resolvi dar um fim nisso (MESMO), porque afinal, tinha ficado bem claro não? (embora um pouco confuso...)

Hoje, me faço de forte, mas quando o vejo me da vontade de recair. Talvez porque ele fica estranho quando estamos num mesmo ambiente (isso me deixa confusa), talvez porque queria que ele dissesse algo olhando nos meus olhos ou porque talvez eu realmente o ame.

PS¹: Sim, amores platônicos rendem lindas histórias de amor (mesmo quando o final não é feliz).
PS²:Não, eu ainda não desisti.
 Dica: Preocupe-se apenas em viver e não em como vai acabar o seu dia.



Nenhum comentário:

Postar um comentário