Eis o fim!

       Contrai os músculos, agarrei-me ao travesseiro, enfiei nele a cabeça, mordi os lábios sufocando o grito mais profundo. Isso não pode estar acontecendo comigo! Não consegui segurar as lágrimas e aquela cena não saia da minha cabeça. Eu queria morrer. Eu queria não acreditar que ele foi tão cruel, tão insano, que ele foi capaz de fazer isso. Não, eu não podia acreditar.

       Há duas semanas eu era a mulher da vida dele, ele iria me amar pra sempre, ele me olhava com aqueles olhos castanhos claro, e com o coração batendo a mil dizia que nunca iria me abandonar. E eu abraçava aquela pele cor de mel, bagunçava aquele cabelo encaracolado e completamente apaixonada dizia: “Eu também amor, nunca, nunca vou te deixar”.

      Eu olhava o anel no meu dedo, aquele de quando ele me pediu em casamento, e pensava que depois de sua viagem a trabalho, seriamos uma família, estaríamos um para o outro, juntos pela eternidade. Foram-se duas semanas, eu o esperava no aeroporto impaciente, com vontade de abraçá-lo forte e dizer o tanto que eu o amava. Ele finalmente chegou, não estava com aquele largo sorriso e seus olhos brilhavam cheios de lágrimas. Chegou perto de mim e soluçando me pediu perdão, disse que me amava e num beijo doído me disse adeus.

      Depois de alguns segundos paralisada, sem entender o que ele quis dizer e com ainda tudo girando na minha cabeça percebi que ele tinha me deixado. Corri atrás dele. Ele já estava longe, peguei o carro e desnorteada tentava decifrar um caminho para alcançá-lo, em meio a lágrimas, buzinas, semáforos... Finalmente ele parou, desceu e já não segurava as lágrimas. Eu pedi uma explicação e ele falou:

      - Meu amor, eu fui a pior pessoa do mundo, cometi o erro mais grave que alguém poderia cometer. Eu fui injusto com você e com todos os outros, não posso conviver com isso, nem obrigá-la a fazê-lo. Durante a viagem fui a uma festa, fiquei bêbado e acabei saindo com uma prostituta.  Sei que não existe perdão para isso, e por isso eu te asseguro que nunca mais vai me ver. Só saiba que eu te amo mais que tudo e que eu sempre te amei.

      Entrei em estado de choque e já não sentia o meu corpo, quando percebi, o vi em cima da ponte, estava claro: ele iria se jogar. Olhou-me e todos viam o quanto soluçava, seu olhar pedia perdão e dizia o quanto me amava, olhou para baixo como quem ora, rogando pela vida, respirou fundo, me olhou mais uma vez. Eu gritava, não me continha, implorava para que ele não o fizesse, não se jogasse. Em vão.

     Meu coração parou, minha vontade era ir atrás dele, tentei correr, mas alguém me segurou, parecia gritar, mas não ouvia minha voz, me debatia, mas não sentia meu corpo, estava sem chão, estava sem ele. A última coisa que eu lembro, é de pessoas correndo, muitas vozes, gritos, uma criança chorando e da sirene do carro da polícia.

       Acordei no hospital, e não entendia o que estava acontecendo. Pensei que tudo tivesse sido um sonho e que ele entraria pela porta e diria: “Amor, eu estou aqui”. Minha mãe entrou no quarto, junto com minha irmã mais velha, olhos em lágrimas e a noticia de que tinham achado o corpo. Não tinha sido um sonho. Meu pesadelo era real.

Meus músculos contraíram, agarrei o travesseiro com toda minha força, enfiei nele a cabeça, mordi os lábios sufocando o grito mais profundo. Isso estava acontecendo comigo. Os pedidos de calma e os ditos de que tudo daria certo, entravam por um ouvido e saiam pelo outro. Eu não tirava aquela cena da cabeça. Mesmo vendo que ainda estava viva não via a história continuar. Tudo que eu desejava era impossível, eu queria acreditar que era só uma vírgula, mas para mim era o fim.

Era uma vez ele e eu, depois nós e agora eu. Ele se foi. Para os outros, mais um fim de página. Para mim o fim da vida. Naquela cama de hospital, onde já se passavam das quatro da manhã, num descuido de minha mãe em uma ida ao banheiro, aproveitei e me despedi desse mundo tirando todos aqueles fios que me mantinham estável. Estava em paz.
                                                                      



O sonho não acabou

Na verdade, no começo, tudo não passava de uma simples brincadeira entre amigas. Mas deixando a hipocrisia de lado, eu bem sabia que no fundo eu queria que aquela brincadeira se tornasse uma brincadeira seria.


Até que tomei coragem -coisa que não acontece com muita freqüência- e resolvi iniciar uma conversa para sermos ao menos amigos. E deu certo. Conversávamos de tudo um pouco: música, estudos, futebol, livros, filmes e tudo mais.

 Nossas conversas foram ficando mais freqüentes e se tornaram coisas de horas e ao mesmo tempo minutos, pra mim que estava encantada com aquele jeito meigo e preocupado de lidar com cada situação. O carinho com que ele me tratava era algo que me levava a imaginar que algum sentimento, por mais simples que seja, “nascia” a cada palavra.

Até que no dia 28(lembro-me bem por dois motivos: eu sou boa com datas e também jamais esqueceria cada detalhe), em um momento que me deixou completamente surpresa, ele me chamou pra sair e eu claro, não fui capaz de dizer nada mais além de um simples sim.

E por fim o dia chegou e tudo foi mágico como um sonho. Sabemos nós o por quê.

Poucos dias depois, em um ataque meu de loucura, isso mesmo, ATAQUE DE LOUCURA, eu simplesmente resolvi jogar tudo de bom que vivi pro alto. Sei que na minha cabeça eu só queria protegê-lo, mas o que até hoje eu não entendo é de que eu tentava protegê-lo(talvez até eu saiba, mas era algo irreal).

E nessa tentativa ridícula de proteção, eu o afastei de mim e o perdi. Vendo assim, até parece que eu queria protegê-lo de mim mesma, como se eu fosse o errado, o risco. Mas não. Eu não sou o errado, nem o risco, o que não muda o fato de eu tê-lo perdido.

Hoje, vejo isso como algo mais fútil e idiota, e todos os adjetivos cabíveis, que eu já fiz em toda a minha vida e me arrependo amargamente de tê-lo feito e pago um preço muito alto por isso, a solidão, que pra mim, não tem preço maior que se possa pagar do que com a própria solidão durante todo esse tempo.

Vale lembrar que passaram pessoas pela minha vida, não desmerecendo o papel de cada uma delas, mas o vazio que sinto tá dentro de mim e hoje, só ele pode preencher.

Sei que já pode ser tarde demais para um pedido de desculpas e talvez uma tentativa inútil de uma reconciliação, mas no fundo, no fundo, não passo de uma mera sonhadora que luta pelos seus sonhos até o fim, que acredita em final feliz e que tem na cabeça um sonho que ainda não acabou.

Então? Já se foram quase todas as minhas cartas, essa será minha ultima cartada para o tão sonhado final feliz.

O final dessa história? Ela ainda não acabou.

Final 1: ele me perdoa e veremos até onde podemos chegar.

Final 2: ele segue o seu caminho e eu sigo o meu.

Amor platônico

Tudo começou a 3 anos. Eu estava tranquilamente com uma amiga sentada no banco na frente da escola, conversando sobre o novo ‘affair’ dela, quando ele chegou. Usava uma bermuda, camiseta e segurava uma cartolina na mão. Adivinha onde ele sentou? Pois é, do meu lado. Foi aí que eu o notei e inevitavelmente me apaixonei.

A partir daí eu comecei minha ‘missão impossível’. 1º tentar descobrir tudo sobre a vida dele e 2º fazê-lo me notar e quem sabe se apaixonar... Na primeira obtive um grande sucesso, confesso que em 3 anos, descobri mais coisas do que eu mesma poderia  imaginar, entre elas: nome, nome do pai, da mãe, da irmã, da tia, endereço, telefone,  e por aí vai, algumas nem tão básicas, confesso!

A segunda missão só teve a primeira parte cumprida, me notar foi fácil, porque no ano seguinte fomos parar na mesma sala, e ‘obrigados’ a sentar perto. Mesmo estando a menos de um metro dele todos os dias nunca passamos de um ‘oi, tudo bem?’.

Foi nessa convivência que descobri que ele era beeeem mais parecido com os amigos dele do que eu pensava... Sabe aquela pessoa que sozinha é um amor, mas com os amigos um verdadeiro idiota? Pois, é.

Resolvi que era hora de esquecê-lo, afinal ele parecia não estar nem aí pra mim, mas o destino parecia querer nos unir (e o meu coração brigava para não deixar-lo  sair).

Em uma das conversas dele com os amigos (as quais eu ouvia diariamente por estar no que eu costumava chamar de ‘zona do meio’), ouvi que no fim do ano ele iria para escola ‘x’, fiquei super feliz, afinal eu ia para a escola ‘y’. Finalmente iria conseguir acabar com isso \o/.

No entanto tinha uma última oportunidade: a formatura. Estava tudo perfeito, todo mundo estava lá, mas o máximo que eu cheguei de um conto de fadas foi quando subindo as escadas, no alto ele estava lá, todo de paletó e gravata, parado (não sei por que). Para ser perfeito ele teria que estar me esperando e quando eu chegasse ao topo ele me abraçasse forte (no mínimo). Infelizmente eu apenas subi e segui o meu caminho.

Estava decidido: era o FIM!

ANO NOVO! VIDA NOVA! NOVOS AMORES! ADEUS ‘FULANO DE TAL’!

Era o que eu planejava... Primeiro dia de aula, terminado o horário, estava com a migs esperando o carro, tudo normal e feliz quando ela fala:
- Migs, olha quem ta ali!

MORRI!

Advinha quem era? Eu fiquei revoltada, afinal era pra ele estar beeem longe de mim. Pelo menos, para a minha sorte, ele estava em horário oposto ao meu.

  O tempo passou rápido e já fazia 2 anos que só ele conseguia fazer meu coração bater mais forte, só pelo simples fato de vê-lo. Em outubro, o destino nos uniu numa mesma sala de cinema, então pensei: É a minha chance! A última (prometi)!

A minha amiga linda/louca que conhece a história desde o começo me desafiou. Ela deu a ideia de ir falar com ele, eu só olhei pra ela e sorri com aquele olhar: Cê não é louca (ou pelo menos não tanto). Quando eu menos espero, ela levanta e vai falar com ele.

*
Minha vontade foi de sair correndo!
*



Ela voltou com aquela cara de “Não acredito”.
Eu – O que foi?
Ela – Ele me olhou, ficou um pouco em silêncio, sorriu (como quem diz ‘ não acredito’) e NADA! NÃO FALOU NADA! Eu voltei, ia fazer o que lá?

Olhei pra ela e nós duas tivemos uma crise de riso (DAQUELAS). Enfim, chamamos ele de idiota, rimos horrores e até hoje eu devo uma pra ela.

Depois disso eu resolvi dar um fim nisso (MESMO), porque afinal, tinha ficado bem claro não? (embora um pouco confuso...)

Hoje, me faço de forte, mas quando o vejo me da vontade de recair. Talvez porque ele fica estranho quando estamos num mesmo ambiente (isso me deixa confusa), talvez porque queria que ele dissesse algo olhando nos meus olhos ou porque talvez eu realmente o ame.

PS¹: Sim, amores platônicos rendem lindas histórias de amor (mesmo quando o final não é feliz).
PS²:Não, eu ainda não desisti.
 Dica: Preocupe-se apenas em viver e não em como vai acabar o seu dia.



Conto de fada I

Prólogo
Bom, tudo começou com um 'oi' (sim, como na maioria das lindas histórias de amor). Por meio de uma amiga, nos tornamos próximos (tudo bem que só pela internet) e aos poucos nos tornamos grandes amigos!
Ele é tão perfeito, canta, toca, é suuuper cabeça, e eu amo conversar com ele... Nunca imaginei que fosse me apaixonar por ele, nunca mesmo! Agora eu vejo que tentava mentir pra mim mesma, me iludindo ao pensar que não era real. Mas agora, diante de tudo, sinto que passei uma parte da vida me iludindo...

Parte I
Foi tipo tão do nada, ele apenas chegou, no meio de uma das nossas muitas conversas e disse que queria ficar comigo!
Eu não acreditei, levei na brincadeira e ele: é serio! Fiquei paralisada.
E agora eu vejo o quanto fui burra, ele sempre esteve ao meu lado! Eu que passei anos da minha vida procurando um cara carinhoso, que me amasse, que cuidasse de mim, que estivesse ao meu lado, que me ouvisse, e esse cara, o meu cara perfeito, tava o tempo todo aqui, comigo.
Ta, beem lá no fundo eu imaginava a gente, mas era uma espécie de utopia... E agora não, ele é real, e é perfeito!
E para o ódio das minhas amigas: acho q estou apaixonada...
(de novo)

Parte II
Depois disso nos acostumamos a telefonemas e conversas mais constantes e duradouras. Claro, nunca falávamos só sobre a gente, sempre conversamos sobre tudo e assim continuou.
Ás vezes eu olhava pra tela do computador e pensava: cara, eu sou louca! Ele mora a quilômetros e quilômetros de mim, e eu aqui morrendo de amores, alimentando um sentimento impossível! Eu tenho que parar com isso agora!
Então decidia que era a hora de dar um basta antes que eu me envolvesse mais, ligava pra ele e quando ele atendia: 'oi meu amor'- tudo desmoronava, eu ouvia aquela voz dele, toda meiga comigo, 'escondendo' o homem de quase 20... A minha vontade era de ir correndo pra onde ele estava e o abraçar o mais forte que eu pudesse!
E era nessas horas q eu pensava: é, eu sou louca! (e no fundo, no fundo, isso era até bom...)

Parte III
Finalmente chegando às férias e eu finalmente iria conhecer o meu amor *-*
Sei que nem devia me iludir tanto, já q vão ser apenas alguns dias, mas o importante é que a gente vai se encontrar...
[...]
Eu nem acreditava que em aproximadamente três horas eu  estaria frente a frente com ele. Eu não sabia o q fazer quando o visse, aí vêm todas aquelas dúvidas: será q ele vai gostar de mim? O que eu faço quando o ver? Eu tomo a iniciativa ou espero ele tomar?
Enquanto estava no meu dilema aquela 'voz do aeroporto' falou: “Senhores passageiros com destino a Natal-RN dirijam-se ao portão 3.”
Chegou a hora.
Foram apenas algumas horas de viagem, mas que pareceram uma verdadeira eternidade, parecia q o relógio estava de mal comigo e não queria de jeito nenhum que as horas passassem, mas finalmente tinha chegado o momento!

*
Senti um frio na barriga no exato momento em que o avião pousou, e segundos antes de me levantar. Quando coloquei todas as malas naquele carrinho e me virei para ir ao seu encontro, e quando eu o vi de longe me esperando. Foi bem mais forte quando senti seu corpo no meu naquele abraço apertado, e finalmente quando senti seus lábios nos meus...
Sim, foi o dia mais feliz da minha vida!
*


Parte IV
Foram os 5 dias mais felizes  da minha vida!
Eu nunca tinha me sentido tão bem, só não me perguntem como é a cidade, porque eu não sei. A única coisa que eu me lembro é daqueles olhos lindos e do sorriso dele.
Ele cuidou de mim como se eu fosse um bebê de vidro, me mimou como se fosse uma princesa, e fez eu me sentir mulher...
Eu imaginei cada detalhe desses dias e foi completamente tudo diferente! Ele não é como eu pensava, ele é mais!  Ele é perfeito, ele me entende, ele me olha de um jeito que eu não sei como descrever...
O ruim foi que esses poucos dias ao lado dele passaram muito rápidos, e eu tinha que ir embora, infelizmente...
Mas sim, FOI PERFEITO E INCRÍVEL!


Parte V
A despedida foi horrível, ele me abraçou e disse q não ia me soltar de jeito nenhum!  E eu ali, implorando para que o avião atrasasse assim, um mês.
Não teve jeito.
Aquela voz que eu tanto amei da ultima vez que ouvi me anunciava que a pior noticia das minhas férias estava no portão 2.
Maaaaas, como o mundo não é injusto, depois q a gente se beijou, AQUELE beijo de despedida, ele me olhou nos olhos, deu aquele sorriso que eu adoro, sentiu o cheiro do meu perfume que se exalava pelo meu pescoço e no 'pé do meu ouvido' disse quase que num sussurro: EU TE AMO
Inacreditavelmente essa foi a primeira vez que eu ouvi as três palavrinhas mágicas da boca dele.
Sim, foi incrível e o que eu senti, indescritível...

Conclusão
É, voltei pra casa, infelizmente, confesso!
Mas não estou tão triste assim, porque afinal, tive a melhor semana da minha vida.
Daqui pra frente?
Aah não sei, espero que continuemos nos falando, e sendo tão próximos e amigos. Sei que um relacionamento estável é impossível entre nós, por um motivo bem obvio, diga-se de passagem.
Não, não é um final, afinal nem eu nem ele morremos. E não garanto que seremos 'felizes para sempre'  dessa forma , porque muita coisa pode acontecer,posso me mudar para a mesma cidade que ele, da mesma forma como posso encontrar outra pessoa, e ele o mesmo.
Sim, se depender de mim viveremos intensamente, e com toda a certeza do mundo sim, quero vê-lo de novo.
Se eu o amo?
Aaah, talvez.
É, a historia não acaba aqui.



Dedicatória
Quero dedicar esse texto ao meu eterno 'garotinho perfeito'.
Sim, eu te amo. (mesmo você estando longe)

<3